2012-04-15

Actividade Arciprestal da Pastoral Juvenil de Vagos


Actividade Arciprestal da Pastoral Juvenil e Vocacional de Vagos: ON FAMILY


No passado dia 3 e 4 de Março, os jovens do arciprestado de Vagos reuniram-se na paróquia da Ponte de Vagos num encontro de unidade cristã na jovem partilha da fé. Este encontro inseriu-se na actividade Arciprestal da Pastoral Juvenil de Vocacional de Vagos.

Num ano diocesano dedicado à família, este encontro teria de ter como principal fundamento a consciencialização da família como alicerce firme da vida cristã. Envolto em cânticos, a equipa de animação da Pastoral Juvenil e Vocacional de Vagos, recebeu, calorosamente, os jovens provenientes dos quatro cantos do arciprestado. A aventura começava ali.

O primeiro desafio, depois dos jovens estar divididos em grupos de trabalho, foi um pedipaper que proporcionou diversos temas de reflexão: amor no contexto da família, num testemunho vocacional; religiões pelo mundo e o impacto da religião na solidez de uma vida; a importância do sorriso, da motivação e dos afectos no conhecimento pessoal e familiar; o impacto do bullying na juventude e atitudes de ajuda ao próximo; a importância da expressividade na comunicação; e a radicalidade de uma vida entregue a Cristo num testemunho vocacional. Aqui contamos com a participação especial do professor Donizete Rodrigues, do professor Fernando Baptista, da ex-concorrente da Casa dos Segredos Delphine Gonçalves e do casal Goretti e Paulo.

Depois do jantar, o mote de reflexão seria: “Deus porque levas-te o meu amigo?” numa abordagem sobre a morte. “Semeado desprezível, ressuscita glorioso” foi uma das citações bíblicas que proporcionou a reflexão dos jovens. Os jovens tomaram aqui consciência da importância da fé tendo em conta que a fé não resolve tudo: não elimina a dor, o sofrimento, a angústia; nem elimina a morte. A fé, todavia, serve para nos posicionarmos de outro modo diante da vida e da morte. Assim, a esperança do que nos espera na morte determina a forma como lidamos com a nossa própria morte e com a morte dos que amamos.

Embalados por um espírito de introspecção, seguiu-se uma procissão de velas em memória de todos cuja vida se transformou por meio da ressurreição.

Numa instância seguinte, todos fomos convidados a inundarmo-nos do espírito de Taizé. Num ambiente de reflexão profunda, no seu íntimo, cada jovem fala com Deus, do seu jeito, da sua ‘forma’. O importante é que sintam que Deus os acompanha naquele momento. Seja em oração, seja em actividades mais radicais ou ainda em diversão como a que tiveram com o concerto da Banda Malho, os jovens, naquele tão desejado fim-de-semana, consciencializaram que Deus é companheiro em todo o percurso da nossa vida. Terminaria o primeiro dia em plenário de partilha.

No dia 4 de Março, seguidos da alvorada, da oração da manhã e do pequeno-almoço, fomos presenteados com testemunhos de diferentes tipos de famílias: família como comunidade numa entrega à vida religiosa; família asiática; família africana; e família tradicional portuguesa, tendo como convidados especiais – Irmã Rosa Maria (Salesiana), Donizete Rodrigues e António Matumane. É interessante constatar como os jovens, apesar “das más línguas” mantêm o respeito, reconhecimento e amor imenso pela sua família, sentimentos referidos não só relativamente à família nuclear mas também à família alargada, como os avós e tios.

Num encontro dedicado à família, não poderiam deixar de estar presentes os nossos familiares, aliás, foi graças a eles que tivemos um bom banquete e, desta forma, seguimos todos para o encontro mais próximo com Deus: a Eucaristia celebrada pelo entusiasmante Pe Júlio Grangeia. Assim, todos em família cristã partimos para nossas casas com a alma cintilante, cientes de que este é o percurso que nos ajudará a ultrapassar as dificuldades mais perenes: em família, em comunhão com Ele a caminho do Calvário.


Reflexão Quaresmal: Mudez Moral



A mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2012 inspirou os jovens na expressão da sua fé e na concretização dos seus actos de fraternidade. Bento XVI pediu-nos na sua mensagem, à luz da palavra de Deus, que «prestemos atenção uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras». Incrível perceber como a palavra de Deus aparece a cada um nós, na sua sabedoria, como uma possível e concreta abertura aos nossos problemas, como resposta às nossas interrogações ou alargamento dos nossos valores e juntamente uma satisfação das nossas necessidades.

Nos tempos correntes, poucos analisam os efeitos corrosivos que degradam os valores morais: assistimos diariamente a uma concorrência desleal que assombra a simplicidade sedutora de se viver. É preciso saber ser, antes do ter, saber observar, para além do ver, e saber escutar, para além do ouvir, para assim criticamente assistir, proactivamente, à evolução dos tempos correntes.

Torna-se emergente recuperar a moralidade inerente à dignidade humana. É necessário viver a ética na 1ª pessoa e não na tão usual 3ª pessoa onde se apontam dedos e se tentam descobrir culpas quando todos deveríamos ser intervenientes integrados. Saibamos olhar para os alicerces; saibamos recupera-los para dignamente sustentar a nossa existência. Parece que um tal eclipse assolou a magia do termo: Família. Inúmeros filhos órfãos de pais vivos. Perdemos a essência da utilidade não procurando discernir o que é útil, fútil e inútil. Valorizar o magistério da família é procurar exercer a comunicação vertical intergeracional. É hora do jovem e do velho se aliarem e perceberem que juntos podem ser mais. A universidade da vida, a universidade do cair e levantar, é aquela que fomenta a sabedoria do testemunho. É necessário portanto perceber que a educação dos jovens é a esperança para o futuro e que a morte de um velho é como o arder de uma biblioteca em que cada livro era um exemplar único. É necessário promover o espírito de vizinhança através da entreajuda e da partilha. É hora de ser útil.



Abraço JOVEM EAPJV de Vagos

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