2013-02-18

Artigo Terras de Vagos Fevereiro


Dia do Grito:


            Foi no Largo do Tribunal de Vagos que, no passado dia 11 de Janeiro, centenas de pessoas das mais diversas faixas etárias se reuniram para gritar pela paz no mundo. Num gesto simbólico, numa vela acesa, numa dança encenada e numa alegria contagiante, todos deram o seu contributo para (a)firmar a nossa fé face às emergências do mundo contemporâneo.


Jovem de Vagos em Taizé Roma:
Eis me regressado de Roma, do Encontro Europeu da Comunidade de Taizé “Peregrinação da Confiança sobre a Terra” que ocorreu de 28 de Dezembro a 02 de Janeiro. Depois de um quanto de ousadia fiz das malas e pus-me à aventura. De Roma trago um coração cheio e uma nova alegria. É difícil expressar tudo quanto se sente: a fraternidade, a comunhão e a solidariedade, que os próprios irmãos da comunidade de Taizé e o Papa Bento XVI nos iam desafiando nas suas interpelações. Difícil expressar a forma como, independentemente do idioma ou país, se consegue num gritante silêncio construir pontes para esta emergente construção da paz. Sim, fui rezar. Sim, fui às "fontes de água viva" para deixar falar o coração e permitir-lhe que seja missão no mundo. Conheci pessoas que me marcaram imenso e que preencheram as lacunas mais íntimas do meu coração. Sim, eu tenho sede do mundo, sede de pessoas que o tornam especial e único. Em Roma, percebi de facto que "quando sou fraco então é que sou forte" e que "tudo é possível para quem crê".
Em Roma, eu e alguns jovens da Diocese do Porto, pela qual integrei esta peregrinação, fomos acolhidos na Paróquia Pio V. Aí, juntamente com polacos, húngaros, ucranianos, italianos e espanhóis, fomos distribuídos por famílias de acolhimento ou por congregações e movimentos. A mim, coube-me a sorte de juntamente com cerca de 40 jovens das nacionalidades acima mencionadas, partilhar um pequeno ginásio de uma casa de consagradas para poder descansar durante a noite.
Muito resumidamente os dias tomavam a seguinte cronologia de acontecimentos: de manhã tínhamos oração na igreja paroquial seguida de grupos de partilha e oração sobre várias questões fundamentais: motivações, inquietações e tomadas de posição. Ao meio dia, deslocávamo-nos ao Circo Massimo para podermos adquirir as refeições do almoço, lanche e jantar dado que o pequeno-almoço era tomado onde estávamos acolhidos. Durante a tarde tínhamos alguma liberdade para visitar a cidade de Roma e ao final do dia, num itinerário pelas basílicas de Roma, tínhamos orações Taizé com a presença dos irmãos das comunidades. Nos silêncios que interpelam, nos cânticos que ecoam, nos gestos que cativam e nas reflexões que provocam, era nas orações que renovávamos a alegria da Igreja; a alegria que se manifesta numa aurora de esperança face às sombras que escurecem o horizonte do mundo atual.
Ressalvo com especial afeto, a vigília de oração com o Santo Padre Bento XVI. Arrepiante sequer relembrar a Praça de São Pedro repleta de jovens, cada qual com a sua vela acesa, onde por momentos todos silenciaram a voz dando lugar à expressão do coração. E eu ali, tão perto do sucessor de Pedro, prostrei-me pedindo a Deus misericórdia.
Fernando Sabino já dizia, e agora faz todo o sentido: "o valor das coisas não esta no tempo que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Que eu tenha força para contagiar esta Igreja de Aveiro e a sua Missão Jubilar.
“Tudo o que pedirdes em oração, vos será concedido”.
Eddy Martins, Paróquia de Santo André de Vagos

Quaresma à porta:

            Todas as celebrações precisam de uma boa preparação, para correrem bem. Naturalmente que isto se aplica sobretudo à Páscoa – a mais importante festa celebrada pelos cristãos. Os quarenta dias de preparação para este ponto culminante do Ano Litúrgico são denominados Quaresma ou Jejum Pascal. Mas a verdadeira abstinência tem lugar nas nossas vidas quando criamos espaço para que Deus possa atuar em nós. Dessa maneira, podemos também constatar até que ponto estamos dependentes de certas coisas que na realidade são levianas ou supérfluas . Porém, a Quaresma é muito mais do que uma simples abstinência. É também um tempo que nos ajuda a ansiar por algo mais: mais fé, mais esperança e mais amor na nossa vida. Estes quarenta dias dão-nos a oportunidade de, ao recebermos os sacramentos da Penitência e da Eucaristia, mergulhamos cada vez mais através das leituras espirituais e das orações naquilo que celebramos na Páscoa: A paixão, a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.


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